EDIFÍCIO SEABRA
Tipo: Residencial
Cliente: Condomínio Seabra
Categoria de projeto: Inspeção Predial / Diretrizes de Intervenção para Restauro
Em andamento
Período: 2018 e 2020
A partir da década de 1920, a difusão do uso do concreto armado e a produção de elevadores no Rio de Janeiro permitiram a intensificação na verticalização da cidade. Concomitante a esse processo, houve o movimento historicista presente na arquitetura brasileira, implementado em sua maioria por arquitetos estrangeiros, que retomaram influências renascentistas italianas e francesas, como afirma o paleógrafo Yves Bruand:
“Depois da Primeira Guerra Mundial, a influência francesa foi reforçada pela presença, no Rio, de vários arquitetos vindos da França. O primeiro prédio de apartamentos construído na cidade foi projeto da firma Viret e Marmorat; segundo Lucio Costa, que conheceu o edifício, podia-se dizer que ele tinha sido transportado diretamente de Paris” (Bruand, 2002, pág.37).
Para o projeto do edifício Seabra, originalmente batizado de Edifício Flamengo e inaugurado em 1932, foi contratado o arquiteto italiano Mario Vodret, que optou pelo estilo “medieval pitoresco”, como afirma Bruand, retomando padrões estéticos românicos e medievais.
Na fachada é possível identificar o entablamento rusticado pelo revestimento de pedras, que fazem referência aos aquedutos romanos, e também arcos plenos com colunas dóricas que marcam as entradas. O restante do prédio é embolsado com pó de granito e detalhes em pintura marfim nas fachadas.
Além da construção ser dotada de avanços técnicos para a época, o prédio também foi um dos primeiros a possuir incinerador de lixo, rádio, telefonia, iluminação automática e relógio elétrico no hall de entrada, além de materiais para acabamento importados, como mármore italiano para a escada, bélga e português para as paredes, como afirma a arquiteta Ana Aragão.
A fim de garantir sua integridade e inalterabilidade, o edifício foi tombado por decreto municipal em 1995.
Para o projeto de restauração do Edifício Seabra, situado na orla do Flamengo, Rio de Janeiro, a URBANACON fez o levantamento dos danos da fachada voltada à Rua Ferreira Viana -- dos mais comuns, como sujidade e umidade, até alguns mais complexos, como avarias nos detalhes e fissuras. Também foi realizado o planejamento das etapas da obra, que incluiu alocação de andaimes e setorização da fachada, bem como o acompanhamento de sua execução.