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Tipo: Comercial 

Cliente: Mitra Arquidiocesana de Volta Redonda

Categoria de projeto: Inspeção Predial e Diretrizes de Intervenção para Restauro

Período: 2015

Para o restauro da Catedral de Santana, em Barra do Piraí – RJ, após análises e levantamentos, em 2015 a URBANACON idealizou o projeto de restauro para a principal igreja da cidade.

 

Apesar de ser um importante entroncamento ferroviário entre os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, Barra do Piraí, inicialmente chamada de São Benedito da Barra do Pirahy, só se constituiu como cidade após a proclamação da república, em 1889, com grande empenho da burguesia local frente ao novo governo.

Tendo sua construção iniciada em 1880 e finalizada no ano seguinte por grande esforço do Barão do Rio Bonito, a Igreja de Santana atendeu inicialmente as necessidades espirituais dos imigrantes que, em quarentena devido à febre amarela, chegavam do exterior para integrar a mão de obra nas plantações de café do Vale do Paraíba. A escolha de Santa Ana para batizar a igreja deu-se por ser a protetora da Família Faros, integrante da aristocracia rural do local e grande responsável por sua construção, e também devido à antiga sesmaria que abrangia a localidade ser chamada de Santana do Parnaíba.

Não se tem conhecimento do arquiteto autor do projeto, porém a construção apresenta características maneiristas sob leitura neoclássica e sem muitos adornos. Quatro colunas de ordem dórica hierarquizam a fachada principal. Ao centro, o portal em cantaria ao redor da porta e das janelas se alinha com o entablamento das colunas. Acima da porta vê-se um adorno que traz a coroa imperial e a inscrição em que D. Pedro II invoca Santa Ana: D. Pedro II Brasiliae Imperator hanc ecclesiam Sanctae Annae nomine apellari voluit.

Ao contrário do exterior, o interior apresenta ricos ornamentos em pintura em todas as alvenarias e forros. Segundo a informação do Diário de Notícias, de 1881, o trabalho dos ornatos foi feito pelo artista Victorino Ribeiro.

A cobertura da Igreja é composta por duas águas, em telha do tipo francesa de procedência do país que lhe dá o nome. Com embasamento em pedra e paredes em alvenaria de tijolos, identificou-se que parte desses tijolos foram confeccionados na olaria das Fazendas de Santana e Monte Alegre (de propriedade dos Faros), permitindo identificar a assídua participação do Barão do Rio Bonito na construção da então Igreja.

Transformada em catedral em 1922, separou-se assim da Diocese de Niterói, criando uma nova diocese regional responsável pelo Sul Fluminense. Em 1965, com o crescimento de Volta Redonda, transfere-se para a localidade a parte administrativa da diocese, que passa a receber o nome das duas cidades, já que a Cátedra do Bispo permaneceu, por longo tempo, ainda em Barra do Piraí.

Em virtude da deterioração pela ação do tempo, a URBANACON identificou parte do madeiramento original do telhado apresentava peças apodrecidas devido às recorrentes infiltrações das telhas tipo francesas, e também a ação de cupins. Os outros problemas existentes foram subsequentes à má condição do telhado. Dessa forma, foi proposta a substituição desses elementos, além da reconstituição do passadiço, utilizado como acesso para realizar a manutenção do telhado. Previu-se também a restauração de pontos específicos do forro de estuque, porém com ressalvas, em razão das pinturas e ornamentos características no interior da igreja, bem como a necessidade de uma investigação das camadas pictóricas para reconstituir a pintura das paredes com marcas de infiltração.

Outro ponto crítico que necessitou de intervenção foi o piso da torre do Sino, que apesar de ser recoberto com placas metálicas, sofreu corrosão devido à ação das chuvas e da presença de pombos. Dessa forma, indicou-se cobri-lo com placas vinílicas, resistentes à presença de água e fáceis de serem higienizadas. Notou-se ainda a necessidade de reconstituir a escada de acesso à torre, também com madeira danificada.

A fim de garantir maior segurança às instalações da igreja, sugeriu-se a reconstituição completa do sistema elétrico que apresentava locais com fiação exposta e pontos de tomada irregulares.

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