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Tipo: Comercial 

Cliente: Prefeitura Municipal de Volta Redonda/Clube dos funcionários da CSN

Categoria de projeto: Restauração e reabilitação de Patrimônio

Período: 2015

Realizado pela URBANACOM em 2015, o projeto consistiu na adequação do Cine Nove de Abril às demandas técnicas e estéticas contemporâneas, mas sem que se perdesse a elegância do tradicional cinema de rua.

Pertencente ao Clube dos Funcionários da Companhia Siderúrgica Nacional, o Cine Nove de Abril homenageia a data de fundação da empresa e, juntamente com o edifício de sua sede, forma um importante conjunto arquitetônico modernista. Localiza-se em Volta Redonda, na Rua 14, Vila Santa Cecília, no centro da cidade.    

Foi inaugurado em 27 de fevereiro de 1959, e teve esse momento festejado e noticiado até mesmo pelos jornais da então Capital Federal, a cidade do Rio de Janeiro, pois comentava-se à época que seria um dos maiores cinemas do País.

 

Após a exibição de “As Noites de Mardi Gras”, o cinema teve uma semana de apresentações de filmes diários, conforme foi noticiado em inúmeros boletins. Por um deles, toma-se conhecimento que diversas comissões foram formadas, inclusive a Comissão Técnica presidida pelo engenheiro Antonio Ricardo Negrão. Embora formada por quatro membros, além do presidente, o prédio foi projetado pelos arquitetos Glauco do Couto Oliveira e Ricardo Tonumasi, sendo efetivamente os únicos nomes que aparecem nos carimbos das pranchas do projeto, datado de 1956, mas que provavelmente foi finalizado em 1958, quando definem a disposição das poltronas.

Nas décadas de 1960 e 1970 continuou a ser um grande sucesso. Porém, com os avanços tecnológicos e mídias alternativas, como o vídeo cassete e mais tarde o DVD e por fim a Internet, sofreu contínua diminuição de público, seguindo a mesma tendência dos cinemas de rua de todo o País, em que muitos foram fechados, transformados em igrejas ou, os que restaram, sofreram drásticas alterações de planta, originando várias pequenas salas onde antes havia uma só.

Em 1985, a diretoria do Clube dos Funcionários, proprietária do prédio e responsável por sua manutenção, percebe que a receita obtida na bilheteria não condizia com as necessidades do prédio, e decide por sua venda.

A imprensa local repercute a notícia de que o cinema poderia se transformar em um supermercado, o que provoca uma forte reação de parte da opinião pública e da própria imprensa, que alega que o Nove de Abril era, na ocasião, o único cinema da cidade, e que Barra Mansa e Barra do Piraí também já tinham perdido suas salas.

Diante disso, a Prefeitura e a Câmara Municipal aprovam a Lei 2075, que institui o tombamento de bens, em 6 de novembro de 1985, e, na mesma data, o prefeito Benvenuto dos Santos Neto assina o Decreto n° 2 070, tombando o cinema.Trata-se, portanto, do primeiro bem tombado pelo município.

Efetivamente, em 28 de fevereiro envia-se o ofício, comunicando o tombamento provisório do imóvel, enquanto o tombamento definitivo deu-se somente em 1990, tornando-se um bem tombado de âmbito estadual.

No atual projeto, o auditório foi modificado de acordo com os novos padrões de projeção e acústica, para permitir melhor aproveitamento da plateia. Foyer, banheiros, camarim e anfiteatro foram adaptados às novas normas de acessibilidade, permitindo melhor acesso não apenas para indivíduos com mobilidade reduzida, mas para todo o público. As alterações foram feitas de forma que não interferissem nas características formais que configuram o tombamento do edifício.

Além disso, também foram realizados o levantamento dos danos da edificação e a proposta de restauração do telhado e das fachadas, sem alteração das condições estéticas originais, com a intenção de trazer o Cine Nove de abril à sua melhor forma no século XXI.

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