Tipo: Comercial
Cliente: IBRAM
Categoria de projeto: : Inspeção Predial / Diretrizes de Intervenção para Restauro
Período: 2017
Localizado na comunidade de pescadores de Itaipu, em Niterói, o Museu Arqueológico de Itaipu, pertencente ao IBRAM - Instituto Brasileiro de Museus, passou por inspeção e levantamento de danos conduzido pela URBANACON em 2017.
O local que hoje abriga o Museu foi inicialmente construído para ser a instituição de recolhimento de Santa Teresa, fundada em 1764 pelos padres Manuel Francisco da Costa e Manuel da Rocha, com a finalidade de abrigar mulheres em situação de fragilidade.
Em 1833, o vigário João de Moraes e Silva instituiu no local um asilo para menores, porém não há registro do período que vigorou essa atividade.
Depois de ficar abandonado, o prédio passou a ser ocupado por pescadores, que usaram suas dependências para armazenar objetos de pesca.
Em 1955, o antigo recolhimento foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Treze anos mais tarde passou pela primeira obra de conservação e restauração da capela de Santa Teresa e das ruínas adjacentes. Nesse momento, o arquiteto do IPHAN, Edgard Jacintho, com o apoio de Renato Soeiro, então diretor do instituto, começaram a estruturar o projeto museológico para o local.
O acervo foi composto inicialmente pela Coleção Hildo de Mello Ribeiro, morador de Itaipu e arqueólogo amador que recolheu os primeiros artefatos no sítio de Duna Grande, na década de 1960. Depois, a coleção foi ampliada com a Pesquisa de Salvamento de Itaipu, ao final da década de 1970, realizada por uma equipe de pesquisadores do Museu Nacional da UFRJ, devido à construção da estrada de Camboínhas e ao projeto de urbanização da orla de Itaipu, responsáveis por deteriorar os sítios arqueológicos. Finalmente, em 1977, o Museu de Arqueologia de Itaipu é inaugurado.
Composto por 980 artefatos de sambaquis datados de mais de 7.000 anos e de objetos que ilustram a atividade pesqueira da região, o Museu enfrentou longos períodos de inatividade entre 1980 e 2008. Porém, em 2009, uma nova reforma na capela e a construção de novos ambientes possibilitaram a exibição permanente de todo o acervo, intitulada “Percursos do Tempo – Revelando Itaipu”, que remonta a história de ocupação na região.
Após a pesquisa do histórico baseada em documentos pertencentes ao IPHAN e desenhos técnicos utilizados em outras reformas, a URBANACON realizou o relatório detalhado de procedimentos para reparos, feito sob as normas de inspeção para identificação dos danos e problemas presentes na construção. Foram observados problemas usuais e de fácil resolução, como vegetação invasiva, pintura danificada, revestimentos com avarias, instalações elétricas irregulares e sujidade nas fachadas. Mas também problemas de maior complexidade como infiltrações, ferragens estruturais expostas e rachaduras.
Foram identificadas também avarias nas áreas externas ao patrimônio, como a ocupação desordenada no entorno da edificação, com construções próximas às ruinas, apoio de mesas e equipamentos de comércio, além de pichações e depredações.
Assim, após a apresentação dos procedimentos para restauro, o Museu de Arqueologia de Itaipu pode continuar abrigando e expondo, com qualidade e segurança, o acervo de importância inenarrável para a história brasileira.