Tipo: Comercial
Cliente: IPHAN
Categoria de projeto: Inspeção Predial e Diretrizes de Intervenção para Restauro
Período: 2016
Projetado em 1941 pelo escritório MMM Roberto para ser sede do Instituto Resseguros do Brasil, o prédio, localizado no centro do Rio de Janeiro, ilustra a importante fase da arquitetura modernista no país.
Com intuito de contribuir para a modernização da capital durante o período do Estado Novo, no governo de Getúlio Vargas, o prédio foi edificado na esplanada do morro do Castelo, demolido na década de 1920, e no aterro feito na praia de Santa Luzia. Assim, por ser uma área de exploração recente, é possível se observar outras construções do mesmo período, como o Palácio Gustavo Capanema e o Aeroporto Santos Dumont, também exemplares do modernismo brasileiro.
Devido à proximidade com o aeroporto, ficou reservado ao último nível comportar a casa de maquinas dos elevadores, o reservatório de água, o pé direito duplo do auditório (cujo piso está no pavimento inferior) e um jardim de autoria de Burle Marx, importante característica da tendência modernista que ressaltava o uso ativo do último pavimento do edifício.
Como citado por Yves Brund em sua obra “Arquitetura Contemporânea no Brasil”, de 2005, apesar da estética modernista do prédio do Instituto, ele se configuraria como um prédio clássico, devido ao uso da geometria clássica com o emprego da regra Fibonacci, e a aplicação de aritmética, modulando todo o edifício de dois em dois metros. Esses preceitos serviram para compor não só os ambientes internos, mas também para decidir a conformação da fachada. O autor também ressalta outra inovação para a época, que foi o uso de pré-fabricação como método construtivo, garantindo que o prédio ficasse pronto em menos de um ano, e as fachadas finalizadas em apenas 19 dias.
Apesar de inúmeras modificações, a maioria internas, como cores, revestimentos e divisões, ressaltados pelo arquiteto Augusto Ivan de Freitas Pinheiro em seu parecer ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, foi concedido seu tombamento no final de 2016. Importante ressaltar também que, anteriormente ao tombamento nacional, o edifício já contava com a proteção municipal, por meio do Decreto 26.712, de 11 de julho de 2006.
Apesar de ter passado por grande processo de restauro em 2005, precisou novamente de intervenção especializada onze anos mais tarde, para recuperar parte de sua fachada e de ambientes internos. Para isso, a URBANACON realizou o levantamento de danos e o relatório detalhado com procedimentos a serem seguidos para recuperar a integridade desse importante edifício que faz parte da história da arquitetura modernista carioca e brasileira.